O tom subiu no
plenário da Câmara Municipal de Vereadores de Eunápolis, na sessão de
quinta-feira (14/09), depois da troca de farpas na bancada da mesa diretora,
entre a vereadora Carmem Lúcia e o vereador Pedro Queiroz. Em seguida, bastou o
tom irônico do vereador Renato Bromochenkel, que cumprimentou “a nova bancada
da oposição agora ampliada”, para que a primeira secretária, Carmem Lúcia,
usasse a tribuna, no grande expediente para tachar alguns vereadores de
“traidores”.
Carmem Lúcia não
citou nomes, mas disse que “jamais vai usar da administração pública e depois
lhe virar as costas, porque está ao lado da gestora para participar e ajudar a
ela a fazer um trabalho melhor por Eunápolis. Não pra meter os pés pelas mãos,
nem para se aproveitar da situação e depois ser ‘Judas’”. Disse ainda que se
até Jesus Cristo foi traído, “ela não está indignada porque esse é o perfil de
muita gente”.
No discurso mais bombástico desta legislatura, o vereador Jairo Brasil afirmou que na condição de presidente da Comissão de Inquérito da Câmara, que investiga denúncias contra a prefeita de Eunápolis, foi muitas vezes ameaçado pela “vereadora de discurso bonito”. Ela falou pra mim, na presença do presidente da Casa, Jorge Maécio, e do ex-presidente da Câmara, Vavá da Farmácia, que derramaria sangue inocente, de um filho, de quem for. “Eu, como presente da CPI me senti ameaçado”. E continuou o parlamentar, afirmando que a colega teria dito a ele: “Oh, deixa do jeito que está. Deixa a justiça decidir. Não mexa nisso não, porque se fosse comigo eu derramaria sangue inocente. De um filho, de um parente, de quem for. Esse foi o discurso dela. Essa foi a conversa que eu ouvi por ser presidente da CPI.”
Jairo Brasil denunciou ainda ter recebido proposta indecente para fazer um relatório diferente da relatora Arilma Rodrigues. E inferiu que é por isso que está recebendo o nome de traíra, porque não aceitou e porque não aceita propina e porque manteve sua posição até o final, votando duas vezes a favor do afastamento da prefeita Cordélia Torres, acusada de improbidade e crimes de natureza político-administrativa, que cabe a Câmara apurar e julgar, cassando seu mandato, caso haja provas cabais dos crimes imputados.
Por fim, disse
ainda que foi impedido pela justiça de continuar o processo contra a prefeita.
Após o discurso de
Jairo Brasil, o vereador José Carlos Barbosa, autor de um áudio comprometedor,
que acusa a própria Câmara de corrupção, além de acusar a prefeita e seu
marido, o secretário da Casa Civil, de enriquecimento com recursos do erário,
adentrou ao plenário ameaçando o vereador Renato Bromochenkel e instigando o
colega para “as vias de fato”.
A turma do “deixa
disso” se aproximou e José Carlos Barbosa foi contido pelos vereadores Ueliton
Moraes, o Tó do Cavaco, e por Valterlan.
Fonte: Via 41