Com 450 votos a
favor, 10 contrários e 9 abstenções, a Câmara cassou na segunda-feira, 12, o
mandato do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), interrompendo a trajetória
política de quase 25 anos daquele que se celebrizou como o principal algoz de
Dilma Rousseff no processo de impeachment.
Com uma carreira
construída nas sombras do poder e que ganhou os holofotes nacionais desde que
assumiu a presidência da Câmara, no ano passado, Cunha, que colecionou inimigos
na vida política e ontem se viu abandonado por praticamente todos os partidos,
passará agora a enfrentar o seu mais temido adversário: o juiz Sérgio Moro, da
Justiça Federal do Paraná. Com a decisão da Câmara, Eduardo Cunha fica
inelegível até 2027.
Cunha é o segundo
presidente da Câmara cassado (o primeiro foi Ibsen Pinheiro) e o terceiro
deputado desde que o voto para este tipo de sessão passou a ser aberto. Os
outros foram André Vargas (ex-PT-PR) e Natan Donadan (ex-PMDB-RO). Desde que o
Conselho de Ética foi criado em 2001, foram sete deputados cassados, incluindo
o peemedebista.