Segundo informações da coluna de Mônica Bergamo, na
Folha de S. Paulo, Bolsonaro tem afirmado a interlocutores em Brasília que tem
certeza de que deve ser alvo de inquéritos cujo objetivo seria levá-lo à
prisão, assim como seus filhos.
De acordo com a publicação, o presidente tem sido
visto cada vez mais inquieto e até “transtornado” em alguns momentos. Políticos
e autoridades que não integram o governo, mas conversaram com Bolsonaro
recentemente, relatam que o mandatário diz que vai reagir e que não será preso
facilmente.
Conforme narram essas fontes, o presidente tem
demonstrado nervosismo e repetido frases semelhantes ao que disse no 7 de
setembro de 2021, de que nunca seria preso e que só deixaria o cargo preso,
morto ou com vitória. Nas conversas recentes em Brasília ele tem dito que pode
haver “morte”, caso tentem prendê-lo.
Além das fontes externas, ministros também disseram
já ter ouvido várias vezes Bolsonaro falar da possibilidade de ser detido.
Eles, no entanto, dizem que o tom do presidente não seria de nervosismo, mas
apenas de constatação de uma suposta “perseguição”.
Um dos ministros conta que o mandatário afirma que
“estão loucos” para que ele seja detido, mas que ele saberia resolver a
situação por não ser “ingênuo” como Lula e Michel Temer (MDB), que foram presos
ao deixar a Presidência.
Outro integrante do governo disse ainda que o chefe
do Executivo sempre repete que “vão querer montar alguma coisa” para me
prender, mas afirma que não teriam sucesso porque ele não teria cometido
qualquer crime.
A tensão por parte de Bolsonaro se dá pelo fato de
que ao deixar o mandato ele poderá ser julgado pela Justiça comum, o que
aumentam as possibilidades de ser responsabilizado penalmente. Isto porque ele
é alvo de centenas de denúncias, com destaque para aquelas relacionadas a sua
conduta na pandemia e aos ataques ao sistema eleitoral.