O governo federal pagou auxílio emergencial
a dois garimpeiros presos na Operação Ganância, diz relatório da Polícia
Federal (PF). O grupo criminoso investigado pela PF, no entanto, teria
movimentado mais de R$ 16 bilhões entre 2019 e 2021. A PF também apurou o
pagamento do auxílio a familiares e laranjas dos empresários, o que reforça a
tese de que essas pessoas foram usadas para lavar dinheiro.
Dionei Farias de Brito e Marcelo
Alves Macedo receberam, respectivamente, R$ 4,2 mil e R$ 1,2 mil do benefício.
Eles fazem parte do núcleo da organização criminosa e foram presos no início de
julho. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), porém, concedeu habeas
corpus aos investigados.
Marcelo ostenta uma vida de alto
padrão, é dono de um grupo de empresas e movimentou milhões nos últimos anos. Marcelo
reside com a esposa e a filha em uma mansão num condomínio de luxo de Porto
Velho (RO). A garagem do imóvel tem três carros, incluindo uma Hilux e uma SW4.
A filha também recebeu R$ 3,3 mil
em auxílio emergencial. Chamou a atenção dos investigadores o fato de ela,
mesmo não sendo sócia de nenhuma empresa, ter movimentado R$ 1,5 milhão entre
janeiro de 2020 e junho de 2021.Além disso, em fevereiro do ano passado, a moça
sacou R$ 99,9 mil em espécie, referente ao pagamento de “funcionário do
garimpo”. Segundo a PF, essas informações indicam que a conta dela seria usada
pelo pai para realizar transações.
Também se beneficiou do auxílio emergencial Karine Gomes Macedo, esposa de Marcio Macedo Sobrinho dono da mineradora Gana Gold e irmão de Marcelo Macedo. Ele é apontado como um dos mentores intelectuais da organização criminosa.
Karine recebeu R$ 4,2 mil do
benefício, diz o relatório da PF. A polícia a colocou na condição de
investigada pelo fato de ela também ostentar alto padrão de vida – com recursos
oriundos da venda de ouro extraído ilegalmente de garimpos no estado do Pará.
O marido dela, Marcio Macedo, tem
uma mansão com heliponto em Novo Progresso (PA), além de jatinhos,
helicópteros, lanchas e pick-ups importadas – como uma Dodge Ram avaliada em R$
400 mil. O casamento dele contou com a participação das duplas Bruno e Marrone
e Jads e Jadson, cujos cachês chegam a R$ 220 mil.
Gerlandio Alves de Macedo, irmão de
Marcio e Marcelo, também foi beneficiado com o auxílio, em R$ 3,9 mil. Dentro
desse núcleo familiar ainda constam Railton Macedo Pessoa de Albuquerque, primo
de Marcio e Marcelo que atua diretamente na operação ilegal da Gana Gold, e o
filho dele, Vitor Hugo Moraes Macedo, como beneficiários. No total, a PF
identificou que 12 pessoas citadas nas investigações receberam o auxílio
emergencial.
Fonte: Metrópoles