Uma nova modalidade de golpe
vem preocupando autoridades e fazendo vítimas em todo o país: o chamado “Mão
Fantasma”, também conhecido como Golpe do Acesso Remoto. A ação criminosa
permite que golpistas tomem controle total do celular da vítima, acessando
aplicativos de banco e esvaziando contas bancárias via Pix — muitas vezes sem
que a pessoa perceba imediatamente.
Em Medeiros Neto, no extremo
sul da Bahia, um homem de 55 anos foi mais uma vítima da fraude. Ele contou que
recebeu uma ligação de um suposto técnico de suporte de um banco digital, que
alegava haver um problema de segurança em sua conta. O criminoso orientou a
instalação de um aplicativo de acesso remoto, o TeamViewer, e solicitou o
código de acesso gerado.
A vítima repassou a
informação, acreditando estar resolvendo o problema, mas teve uma surpresa
amarga: o saldo da conta foi completamente zerado.
“Só percebi que era um golpe
quando meu celular ficou bloqueado. Quando consegui acessar a conta novamente,
o dinheiro tinha sumido”, relatou a vítima, que preferiu não se identificar.
Ele não revelou o valor perdido e disse que ainda está avaliando se vai
registrar um boletim de ocorrência.
Roteiro do golpe - O
golpe segue um roteiro semelhante em diversas partes do país: criminosos se
passam por representantes de bancos, alegam problemas de segurança e induzem as
vítimas a instalar aplicativos como AnyDesk ou TeamViewer — ambos legítimos e
amplamente utilizados por profissionais de suporte técnico. O problema é que,
em mãos erradas, esses programas se tornam armas para fraudes
sofisticadas.
Após obter o código de acesso
remoto, os golpistas assumem o controle do celular da vítima, podendo acessar
aplicativos bancários, fazer transferências e alterar configurações — tudo isso
como se fosse o próprio usuário operando o dispositivo. Como os apps são
oficiais e disponíveis nas lojas do Android e iOS, não são identificados por
antivírus ou sistemas de alerta.
O delegado titular de
Medeiros Neto, Dr. Júlio Telles, alerta para os riscos e dá orientações para
evitar cair nesse tipo de golpe:
"Nunca instale
aplicativos desconhecidos ou enviados por mensagens, SMS, WhatsApp ou e-mail.
Instituições financeiras não pedem esse tipo de procedimento. Se alguém ligar
pedindo para instalar um app ou repassar código, desconfie imediatamente”, enfatiza
o delegado.
Dr. Júlio também recomenda
atenção redobrada com senhas bancárias:
“Use senhas diferentes para
cada serviço e nunca salve essas informações em blocos de notas, mensagens ou
e-mails. Caso receba uma ligação suspeita, desligue e entre em contato com o
banco por meio dos canais oficiais, de preferência usando outro telefone”,
orienta.
Fonte: MDD