Prefeito processa o próprio município para receber R$ 26 mil

 

O prefeito Marcos Vinicius de Carvalho, de Santa Maria do Salto, no Vale do Jequitinhonha, entrou com uma ação na Justiça contra a própria Prefeitura para cobrar uma dívida trabalhista de R$ 26.335,24, referente ao período em que atuou como professor no município. 

O mais curioso na história é que o assessor jurídico que defende o executivo municipal no processo é Fagner Campos Carvalho, um aliado do prefeito, nomeado por ele. Diante disso, está sendo estudada a possibilidade de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal. 

O processo aborda o tempo em que o prefeito atuava como professor no município. Na petição, ele requer os salários relativos aos meses de janeiro a dezembro de 2018, incluindo o respectivo adicional de quinquênio; o ajuste salarial de janeiro de 2018; o 13º salário de 2018; e os vencimentos de janeiro a julho de 2019, juntamente com o respectivo adicional de quinquênio. Esses valores correspondem ao período em que ele esteve afastado devido a acusações de abandono do cargo. 

Conforme a Constituição, o prefeito, enquanto pessoa física, pode processar o município caso tenha tido algum direito individual eventualmente violado pelo ente. Neste caso, é o cidadão que move o processo, e não a figura do prefeito. No caso de Santa Maria do Salto, o processo foi movido em 5 de junho de 2023, ou seja, durante o período atual em que ele exerce o cargo de prefeito. 

No entanto, neste processo, existe, segundo os vereadores, uma incongruência: ambos os lados da ação representam o prefeito. Isso porque, de um lado, representando o município está Fagner Campos Carvalho, assessor jurídico municipal indicado por Marcos Vinícius ao cargo. Do outro, o advogado que representa o chefe do Executivo Municipal é Alexandre dos Santos. Ele foi anteriormente procurador do município, nomeado em 20 de setembro de 2021 também pelo prefeito. Porém, Alexandre permaneceu no cargo por 8 dias, sendo demitido no dia 28 de setembro de 2021. 

Fonte: Estado de Minas