O Brasil ficou mais pobre durante o
governo de Jair Bolsonaro (PL), e não apenas por causa da Covid ou da Guerra da
Ucrânia. Quando assumiu o cargo, em um cenário de economia ainda fragilizada
pela recessão dos anos Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), o presidente
fez escolhas.
Reduziu investimentos públicos,
avançou pouco na agenda de reformas e travou o Bolsa Família, deixando a fila
do programa crescer. Com a crise social se agravando a três meses da eleição,
presidente e aliados encampam uma PEC (proposta de emenda à Constituição) para
distribuir R$ 41,25 bilhões em auxílios.
No primeiro ano de Bolsonaro no
Planalto, o programa Bolsa Família sofreu a maior queda da história, recuando
de 14 milhões para 13 milhões de famílias. A fila de espera superou 1,5 milhão.
O empobrecimento do brasileiro
aparece em diferentes dados, mas um indicador de consumo traz uma nova faceta
da situação: a piora no sentimento de perda no poder de compra em escala
internacional.
A pesquisa retrata como os
brasileiros tentam contornar essa realidade. No quesito carne, por exemplo, há
aumento da busca por congelados, que custam 25% menos, em média, que a versão
in natura. Um dos produtos mais procurados passou a ser o fígado, cujo quilo
custa 50% menos em relação ao preço médio da categoria.
por Alexa Salomão | Folhapress