Nos arquivos da Organização dos Estados Americanos,
por meio da Sociedade Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), já constam
reclamações por violações aos direitos humanos, relacionadas aos casos dos
radialistas Ronaldo Santana, e Ivan Rocha, ambos atingidos pelas mãos
criminosas, no extremo sul da Bahia. Em Eunápolis, e Teixeira de Freitas.
Agora, vinte anos depois, o modus operandi
utilizado por um dos grupos políticos de Eunápolis, é outro, camuflado por
ações e representações contínuas perante a Justiça Eleitoral. Lançando
mãos em ações judiciais constantes, o grupo político ligado ao ex-prefeito
Paulo Dapé, através de partidos coligados que dão sustentação à candidatura da
sua esposa Cordélia Torres, usa as representações junto à Justiça Eleitoral
para intimidar e limitar o poder de informação da imprensa livre. Talvez,
aconselhados por determinados advogados que lhes prestam apoio.
Diversas reclamações também já foram feitas pela
Sociedade Interamericana de Imprensa, e por outras entidades como a Associação
Nacional dos Jornais sobre o cerceamento à livre informação, com citações
expressas sobre as mortes dos radialistas nesta região. Não que estejamos
lançando esses fatos para trazer de volta esses cadáveres. Mas objetivando e
alertando sobre a prevenção, de que outros crimes não voltem
acontecer.
As ferramentas jurídicas em caráter intimidatório,
imposto à imprensa eunapolitana, e contra o jornalista Jackson Domiciano, estão
abarrotando a Justiça Eleitoral e o Ministério Público Eleitoral. Um caso
sem precedentes na história. Somente contra o jornalista já foram
impetradas diversas representações. Chamamos a atenção sobre as ameaças,
intimidações, compras de impulsionamentos no Facebook por parte de vereador
aliado à candidata, postagens difamatórias diversas e replicadas por seus
apoiadores nos grupos de Whatsapp, mensagens agressivas humilhantes, além de
recados diversos, para que este jornalista se cale e deixe de publicar as
matérias sobre a candidata Cordélia Torres.
A obstrução direta ou por outros meios à livre divulgação da informação,
a aplicação da censura e a autocensura são delitos contra a sociedade, devendo
ser denunciados às entidades competentes. Justamente com base nesse
parágrafo, o jornalista Jackson Domiciano, com registro profissional de número
2.023, emitido pelo DRT-BA, estará denunciando junto à Sociedade Interamericana
de Imprensa, à Associação Nacional de Jornais, à OAB, os atos intimidatórios,
agressivos, as ameaças e constantes representações por parte da Coligação
Eunápolis Pra Frente, e partidos coligados que apoiam a candidatura de Cordélia
Torres, esposa do ex-prefeito Paulo Dapé e de apoiadores de sua
candidatura.
Alertamos que a impunidade em crimes contra
jornalistas é grande, e que esta região já foi palco de assassinatos de
radialistas, fatos com repercussões internacional, e que macularam a imagem da
Bahia e do Brasil. Também alertamos aos senhores juízes e promotores sobre essas
contínuas representações, que acobertam atos intimidatórios e o cercamentos da
imprensa livre.
Por: A Gazeta Bahia