Deputado Nilson Leitão (PSDB-MT)
Após
a votação da reforma trabalhista na Câmara, a bancada ruralista se movimenta
para alterar as leis que tratam da proteção dos direitos do trabalhador rural.
A intenção é restringir o poder da Justiça do Trabalho e do Ministério Público
do Trabalho e alterar normas para permitir, por exemplo, que o empregador deixe
de pagar salário ao empregado do campo. Nesse caso, a remuneração poderá ser
feita por “qualquer espécie”, como alimentação e moradia.
Para
não aumentar ainda mais a resistência à sua proposta, o relator da reforma
trabalhista, Rogério Marinho (PSDB-RN), deixou de fora 192 mudanças
legislativas reivindicadas pela bancada ruralista. Esses itens, agora, serão
rediscutidos em um projeto do deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), coordenador da
frente parlamentar.
O texto aumenta
para até 12 horas a jornada diária por “motivos de força maior” e permite a
substituição do repouso semanal dos funcionários por um período contínuo, com
até 18 dias de trabalho seguidos. Autoriza, ainda, a venda integral das férias
dos empregados.
Nilson Leitão é
conhecido como um dos principais porta-vozes dos ruralistas no Congresso. Nilson
angariou R$ 1,43 milhão do setor agropecuário dos R$ 2,46 milhões investidos na
campanha.
O deputado é investigado no STF por suspeita de
envolvimento com uma quadrilha, acusada de invadir reiteradamente a terra
indígena Marãiwatsédé, em Mato Grosso. Em setembro, 13 pessoas do grupo foram
denunciadas pelo Ministério Público Federal do estado pelos crimes de invasão
de terras públicas, resistência, associação criminosa, incêndio, roubo,
corrupção ativa, incitação ao crime e crime de dano.