Uma
paciente de 28 anos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (FMUSP) foi a primeira mulher da América Latina a ser
submetida a um transplante de útero de uma doadora que já tinha morrido. A
cirurgia, já feita nos Estados Unidos e na Turquia, foi realizada no mês
passado e a paciente se recupera sem sinais de rejeição do órgão.
O
procedimento, ainda experimental, fez parte de um projeto de pesquisa da
Divisão Clínica de Ginecologia e do grupo de transplante hepático do hospital
que teve início há cerca de três anos. O objetivo é que ele seja direcionado
para mulheres que nasceram sem útero e pretendem engravidar.
A
mulher tem a Síndrome de Rokitansky, uma condição rara que faz com que o útero
não seja formado. Também pode causar alterações na vagina, mas não afeta os
ovários. A síndrome costuma ser notada na adolescência, quando a jovem não
menstrua, embora tenha um desenvolvimento normal.
Futuro
Após
acompanhamento por um ano, se a paciente não tiver complicações, serão
iniciadas as tentativas para que ela engravide. Antes do transplante, já foi
realizada a coleta de óvulos e oito embriões estão congelados.
Esse
tipo de transplante pode ser, no futuro, uma opção a mais para as mulheres que
nasceram sem útero e têm o sonho de gerar uma criança.