Ex-presidente
da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, o deputado federal
Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) foi acusado na sexta-feira, 5, pela jornalista
Patrícia Lelis, de 22 anos, ex-militante do PSC Jovem, de assédio sexual,
tentativa de estupro e agressão. Ela registrou queixa no 3.º Distrito Policial
(Campos Elísios), na capital paulista.
Talma
Bauer, chefe de gabinete do parlamentar, foi conduzido ao DP. Patrícia acusa o
funcionário de Feliciano de sequestro qualificado (cárcere privado). Ele teria
coagido a jovem a gravar dois vídeos nos quais ela nega as acusações contra o
deputado. O delegado Luís Roberto Hellmeister, responsável pelo caso, pediu a
prisão temporária de Bauer e, até a conclusão desta edição, aguardava uma
decisão judicial.
Patrícia
afirmou que foi atraída por Feliciano para seu apartamento funcional, em
Brasília, no dia 15 de junho. Ele falou que tinha uma reunião do PSC Jovem, mas
quando ela chegou la só estava o pastor. De acordo com a jornalista, o
parlamentar teria proposto que ela fosse sua amante em troca de um cargo no
partido e um salário de R$ 15 mil.
Ele
tentou arrastar a jornalista para o quarto e tentou tirar seu vestido. Como ela
resistiu, ele deu um soco na boca e um chute na perna de Patrícia. A jornalista
afirmou que só conseguiu escapar porque uma vizinha do deputado ouviu seus
gritos e tocou a campainha para saber o que acontecia.
Acompanhada
da mãe e de uma advogada, Patrícia também acusou dois outros políticos do PSC.
Em seu relato, ela disse que, em 16 de junho, procurou por ajuda no partido,
mas teria ouvido como resposta uma proposta para receber dinheiro em troca de
seu silêncio.
Sacola de dinheiro -
A oferta teria sido feita pelo presidente nacional do PSC, Pastor Everaldo, que
foi candidato à Presidência da República em 2014. Segundo ela, Everaldo também
a ameaçou de morte. Teria também participado da reunião o deputado federal
Gilberto Nascimento (PSC-SP).
Patrícia
afirmou que, após relatar o caso no PSC, passou a ser perseguida dentro do
partido. Ela disse também que, logo depois do episódio, encontrou-se com Bauer,
chefe de gabinete de Feliciano, em um café. A conversa entre os dois foi
gravada em áudio e o arquivo enviado a amigos com a orientação de que deveria
ser divulgado na internet caso acontecesse alguma coisa com a jornalista.
No
sábado, Patrícia saiu de Brasília e seguiu para São Paulo. Assim que chegou à
capital paulista, ela relatou que continuou a ser assediada por Bauer. Segundo
ela, o chefe de gabinete a forçou a gravar dois vídeos em que negava as
agressões e elogiava Feliciano. Os depoimentos foram publicados em redes
sociais nesta semana.
A Procuradoria
Especial da Mulher no Senado enviou, na quarta-feira (3), um ofício para que o
Ministério Público Federal (MPF) investigue Feliciano.
Outro lado - Procurados pela
imprensa, Feliciano e Nascimento não foram localizados.
Pastor
Everaldo disse que o tema será debatido na sigla nesta terça-feira, 09, e que
será criada uma comissão interna para averiguar o caso.
O deputado
federal Marcondes Gadelha (PSC-PB) vai coordenar o processo.
Estadão