Durante anos, Cláudio Correia
da Silva circulou como liderança religiosa e comunitária nos bairros próximos à
Refinaria Duque de Caxias (REDUC), no Rio de Janeiro. Aos 52 anos,
conhecido como Pastor Cláudio, ele frequentava cultos, dialogava com
empresários e assumia a função de porta-voz de moradores.
Mas, segundo a Polícia Civil,
essa imagem servia para encobrir sua verdadeira atuação: a de principal
operador de um esquema criminoso criado para submeter empresas e trabalhadores
ao controle do Comando Vermelho (CV) na Baixada
Fluminense.
A investigação indica que
Cláudio atuava diretamente ao lado de Joab da Conceição Silva, apontado como
chefe do tráfico na região, para impor normas e interesses da facção no polo
industrial. O suposto pastor se apresentava como alguém capaz de “resolver
problemas”, mas o objetivo era garantir o pagamento de taxas semanais, que
variavam de R$ 50 mil a R$ 100 mil e fazer valer decisões impostas pelo grupo.
Os relatos incluem pressões
sobre processos seletivos, exigência de contratações de moradores ligados ao
crime, proibição de caminhões nos pátios e ameaças de represálias caso as
empresas resistissem.
Fonte: A Tarde
