O possível acordo de
trégua que estaria sendo costurado entre lideranças do Primeiro Comando da
Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) — as duas maiores facções criminosas do
Brasil —, caiu por terra. A suposta “bandeira branca” foi precipitada por uma
falha de comunicação codificada entre os líderes das organizações e seus
advogados.
O incidente envolveu
diretamente Márcio dos Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, um dos
líderes do CV — que manifestou indignação e afirmou categoricamente que o PCC
“sempre será inimigo”. A fala teria sido confidenciada por fontes de inteligência
ligadas às forças de segurança.
Marcinho frisou que o CV
“não está disposto a negociar rotas ou dividir pontos de tráfico". A
informação sobre a trégua entre as duas maiores facções criminosas do país
surgiu na última semana. O acordo visava, entre outros objetivos, afrouxar as
regras do sistema penitenciário federal e otimizar o tráfico de drogas através
do compartilhamento de rotas estratégicas.
Fontes próximas às
investigações indicam que, durante as tentativas de negociação para cessar a
rivalidade histórica entre as facções, mensagens codificadas foram trocadas
entre os líderes detidos em presídios federais e seus representantes legais.
A “falha de comunicação”
teria ocorrido devido a uma interpretação equivocada de uma dessas mensagens,
informações cruciais foram distorcidas, levando a uma compreensão errônea das
intenções de ambas as partes. Esse mal-entendido gerou uma série de ações que
culminaram na declaração de trégua entre o PCC e o CV, mesmo antes que todos os
detalhes da negociação fossem plenamente discutidos e acordados pelos líderes
das facções.
A investigação destaca que
os advogados, responsáveis por transmitir as mensagens entre os líderes
encarcerados, desempenharam um papel crucial nesse desencontro comunicacional.
A utilização de códigos complexos e a necessidade de discrição extrema contribuíram
para a confusão que acelerou a formalização da trégua.
Confira os objetivos
principais que a trégua pretendia alcançar:
Fortalecer a presença das
facções nos presídios federais: unindo forças para pressionar por condições
mais favoráveis, como a retomada de visitas íntimas e a flexibilização das
restrições impostas pelo sistema penitenciário federal;
Coordenar operações no
tráfico de drogas: compartilhando rotas e recursos para expandir o alcance e a
eficiência das atividades criminosas.
Fonte: Bocão News