Assentamento: família tem casa demolida e todos os bens furtados por homens encapuzados

 

Uma ação violenta ocorreu na noite de quinta-feira, 14/11, por volta das 22h, no Assentamento Margarida Alves, em Itabela, no extremo sul da Bahia. Homens encapuzados chegaram em um caminhão branco na casa da vítima - que não estava no local, derrubaram a casa e recolheram todas as madeiras do imóvel e todos os bens que a família possuía e fugiram em seguida tomando rumo ignorado.

A vítima, Rosilda de Jesus Santos e seu esposo, não estavam no assentamento. Eles teriam ido para o distrito de Caraíva, em Porto Seguro, e ficaram sabendo da ação criminosa pelos pais do esposo de Rosilda, que também tem um pedaço de chão no mesmo local.

Rosilda de Jesus enviou um áudio à redação de um site da região, no momento que o caminhão ainda estava no assentamento. O sogro de Rosilda não foi impedir a ação por medo dos homens que estavam todos encapuzados.

As imagens da destruição chamaram atenção nas redes sociais pela violência com que foi executada. Rosilda e seu companheiro vivem lá desde o início do assentamento, e possuem plantações. “Devido as poucas condições financeiras, tivemos que sair para trabalhar fora e ganhar um dinheiro extra para pagar umas dividas”, contou Rosilda, que já havia denunciado algumas perseguições por dirigentes do movimento.

Ela chegou a mover uma ação judicial contra dois dirigentes do Assentamento Margarida Alves, Gildásio Souza Trindade e Tiago Souza.

Rosilda alega no processo que havia sido ameaçada de ser expulsa de sua propriedade. Em 21 de agosto de 2024, a juíza Tereza Júlia do Nascimento, titular da Comarca de Itabela, concedeu a sentença favorável a denunciante, após os citados não apresentarem contestação e foi julgado à revelia do processo.   

Rosilda diz que não descarta que tem gente do meio do movimento envolvido nesta ação violenta contra sua casa e os seus bens, que foram todos furtados, acrescentando que não tem ainda as provas suficientes para formular uma acusação a determinada pessoa, “mas os fatos estão muito evidentes, como um caminhão vai entrar em um assentamento e retirar uma mudança, demolir uma casa sem que ninguém da diretoria impeça”, concluiu.

O advogado de defesa da família reforça a tese de perseguição. Em contato com sua cliente, orientou que ela registre o caso na Delegacia de Polícia Civil e disse que vai pedir anexação deste fato novo ao processo já existente. O advogado vai pedir uma investigação dos fatos e almeja uma indenização para reconstrução da casa e a devolução dos bens furtados. Para o advogado, os culpados serão responsabilizados criminalmente.

Rosilda apresentou vários documentos que comprovam a legalidade de ser dona de seu pedaço de chão e que assegura a ela o direito de prosperidade.  

A reportagem do Trabuco Notícias deixa o espaço aberto para as explicações de Gildásio Souza Trindade e Tiago Souza, dirigentes do Assentamento Margarida Alves.

Por Trabuco Notícias, com informações do GN