O juiz Felipe Barros,
auxiliar da Corregedoria-Geral de Justiça do Rio Grande do Norte, conduziu uma
inusitada audiência de custódia na semana passada. Ao homologar a prisão de um
homem acusado de furto, detido por populares, o magistrado ouviu: “O senhor tá
me dando uma preventiva? Acho que o senhor nem usou cueca hoje para ir pro
tribunal. Preventiva sem eu estar devendo? Vá vestir uma fralda, cachorro”,
disse Alisson, o preso.
A audiência de custódia
durou menos de dez minutos e terminou com o magistrado oficiando o Ministério
Público para apuração de desacato a todos os presentes na audiência. Também foi
determinado que o Gabinete de Segurança Institucional do Tribunal de Justiça do
Rio Grande do Norte “fique de olho” no acusado.
“Não me senti ameaçado, me
parece mais ser um mal educado do que qualquer outra coisa. Mas por via das
dúvidas vou encaminhar”, anotou o juiz pouco antes de encerrar a audiência.
O caso foi registrado na
quinta-feira (26\09), seguindo o rito de praxe de uma audiência de custódia –
procedimento em que é avaliada a legalidade da prisão. Alisson respondeu a
perguntas sobre sua detenção.
Ele disse ser cabeleireiro
e narrou que tinha “ferimentos de uma tentativa de homicídio”. Alisson foi
detido por populares após um crime de furto, e, em seguida, foi levado à
delegacia. Alegou que foi ferido ao ser contido.
Fonte: Verdinho