Auxiliar de cozinha na Bahia será indenizada em R$ 50 mil após sofrer racismo no trabalho: “Urubu de macumba”

 

O dono do restaurante Tempero da Casa, em Feira de Santana, na Bahia, foi condenado a indenizar uma auxiliar de cozinha em R$ 50 mil por conta de agressões racistas sofridas por ele no ambiente de trabalho. Segundo o processo, ele ofendia a trabalhadora com xingamentos e também a agredia fisicamente.

 A decisão da 4ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia (TRT-BA) manteve a sentença da 5ª Vara do Trabalho de Feira de Santana. A Justiça do Trabalho também reconheceu a rescisão indireta do contrato. Ainda cabe recurso da decisão.

A funcionária foi contratada em 2011 como auxiliar de cozinha. Ela relatou que sofria tratamento racista pelo proprietário, que a chamava de termos como “urubu de macumba” e “nega feiticeira”, e fazia comentários como “gosto tanto de preto que tomo café mastigando”.

Além das ofensas verbais, ela afirmou ter sido agredida fisicamente. Em outubro de 2020, enquanto carregava uma bandeja com quentinhas, o patrão a puxou com força pelo braço, machucando seu punho. A empregada registrou um boletim de ocorrência, e a perícia comprovou edema na mão e no pulso esquerdo.

Uma testemunha ouvida no processo afirmou que o patrão bebia e era agressivo com os funcionários, tendo presenciado as ofensas racistas. A esposa do proprietário, que também trabalhava no restaurante, foi a testemunha da empresa. Ela negou a agressão e disse que o marido apenas pegou no braço da funcionária para entregar uma bandeja. Ela afirmou que ele era brincalhão e que chamar a funcionária de “nega feiticeira” era uma “brincadeira sem maldade”. O restaurante está fechado.

Fonte: Itambé Agora