Morreu
na noite de sexta-feira (5) Mário Jorge Lobo Zagallo, conhecido no mundo do
futebol somente como Zagallo. O ex-jogador, ex-treinador e ex-coordenador
técnico de futebol, tinha 92 anos, e há tempos sofria com problemas de saúde. A
notícia foi confirmada na página oficial do ídolo do Botafogo e da seleção nas
redes sociais.
Recordista
em conquistas de Copas do Mundo com quatro títulos, o Velho Lobo começou a
carreira no futebol como jogador. Em 1948, estreou pelo América-RJ e ficou no
clube durante um ano. Após a conquista da Copa Início, se transferiu para o
Flamengo, onde ficou oito anos e conquistou três Campeonatos Cariocas.
Com
as boas atuações no Rubro-Negro, em 1958 foi para o Botafogo. Na ponta
esquerda, o camisa 13 que é considerado um dos precursores do contra-ataque,
fez parte do supertime da Estrela Solitária, formado por Garrincha, Nilton
Santos e Didi.
Campeão
estadual, o quarteto foi convocado para a Copa do Mundo daquele ano. Na Suécia,
a seleção brasileira conquistou o inédito título mundial. Titular, Zagallo
inclusive fez gol na decisão, contra os donos da casa. Na final, a Canarinho
venceu por 5 a 2.
Quatro anos depois, Zagallo se juntou
novamente a delegação da seleção e embarcou rumo ao Chile, para jogar segunda
Copa do Mundo da carreira.
Com shows de Pelé e Garrincha, o
esquadrão brasileiro foi bicampeão mundial, dando ao Formiguinha a segunda e
última Copa como atleta.
Como jogador, Zagallo inovou e foi o
primeiro ponta que voltava para ajudar a marcação no meio campo. Pela
versatilidade, acabou roubando a vaga de Pepe, ídolo santista da época. A
seleção que era treinada por Aymoré Moreira jogava no 4-3-3, esquema que é
muito usado por clubes europeus até os dias de hoje.
Treinador
Com 34 anos, Zagallo decidiu se
aposentar da carreira de atleta. A partir daí ficou no próprio Botafogo, seu
último clube, para ser técnico das categorias de base. Meses depois assumiu o
elenco principal, em que acabou com o título da Taça Brasil, equivalente ao
Campeonato Brasileiro da época.
Com um trabalho sólido no Fogão, foi
convocado para assumir a seleção brasileira para disputa da Copa de 1970, após
a demissão de João Saldanha, que havia classificado a equipe para o Mundial,
mas não vinha fazendo boa campanha durante a preparação. Considerado o melhor
time que já se viu no futebol, a seleção canarinho de 70 encantou o mundo e
conquistou o tri mundial sob a batuta de Zagallo.
Ficando na seleção até a Copa de 1974,
quando perdeu na semifinal para Holanda, o Velho Lobo rumou para o Fluminense e
depois Vasco da Gama. Além dos quatro grandes do Rio, Zagallo também treinou a
Portuguesa, Bangu e Al-Hilal, da Arábia Saudita.
De 1974 a 1991, Zagallo ficou de fora
do Brasil e teve experiências na seleção do Kuwait, Arábia Saudita e Emirados
Árabes Unidos. Pela Arábia Saudita, inclusive, foi campeão da Copa da Ásia.
No
meio do ano de 1991 voltou à seleção, mas dessa vez como coordenador. Antes da
Copa de 1994, entretanto, se tornou auxiliar-técnico de Carlos Alberto
Parreira, e conquistou seu quarto Mundial entre seleções.
Em 1998, reassumiu o cargo de técnico
para tentar sua última empreitada como comandante. Mas ficou no quase,
amargando o vice-campeonato após uma goleada por 3 a 0 contra França. Seu
último trabalho no meio do futebol foi em 2003, quando, em seu último ciclo
pré-copa foi novamente coordenador de seleções.
Já bastante debilitado, Zagallo
visitou a concentração da seleção brasileira durante o período de preparação da
Copa do Mundo de 2018. Desde então, recluso em casa, sob o cuidado da família,
suas aparições foram cada vez mais raras.
Fonte:
R7