Uma hora de tiroteio: PMs feridos em área de conflito entre indígenas e fazendeiros

 


Pelo menos três policiais militares teriam ficado feridos durante um confronto com um grupo armado, na tarde de quarta-feira (17), em uma fazenda entre os municípios de Itabela, Porto Seguro e Itamaraju. Uma fonte da Polícia Militar disse que haviam quatro policiais no local e que apenas um foi baleado de raspão.

Um PM foi atendido no Hospital Municipal Frei Ricardo, em Itabela. A reportagem apurou que nenhum outro policial ferido deu entrada em hospitais públicos em Itamaraju e Eunápolis, cidades próximas de onde ocorreu o tiroteio.

Os PMs estavam à paisana, prestando serviço de segurança particular para fazendeiros daquela região.

CLIMA TENSO NA REGIÃO

Há dois meses, o clima é de muita tensão na região, desde que índios pataxó retomaram uma área, alegando que se trata de terras protegidas pela Terra Indígena de Barra Velha. Eles denunciam cerco de fazendeiros, com supostos pistoleiros armados.

Por outro lado, os fazendeiros alegam que vêm sendo ameaçados pelos índios, que estariam com armamento pesado e “se fazendo de vítimas”. Não há informação se os homens que atacaram os policiais eram indígenas.

CRIANÇAS CORREM DOS TIROS

Durante o tiroteio de quase uma hora, estudantes de escolas indígenas e outros moradores de aldeias ficaram muito assustados. Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram o barulho dos tiros e pessoas correndo.

Tão logo surgiu a notícia do confronto, várias equipes da Polícia Militar foram deslocadas para a área. A reportagem manteve contato com unidades da PM na região, mas não obteve retorno com mais detalhes sobre a ocorrência.

TROCA DE ACUSAÇÕES

Na manhã de quarta-feira, os índios publicaram, nas redes sociais, uma foto que mostra o momento em que uma ponte de madeira é queimada por um grupo que estaria a serviço de fazendeiros. Na imagem, aparece um homem armado e com colete à prova de balas. Há relatos de fazendeiros que os índios também incendiaram uma ponte na mesma área.

A reportagem ainda não conseguiu falar com nenhum fazendeiro ou liderança indígena.

Fonte: Radar 64