Autoridades ambientais de Santa
Cruz Cabrália estão à procura de um morador do bairro Campo Verde, flagrado em
um vídeo tirando o couro de uma sucuri para aproveitar a carne. A vizinha do
homem, que aparece na imagem ajudando a segurar o animal silvestre, também
poderá ser responsabilizada, caso seja configurado o crime ambiental, adiantou
o secretário de Meio Ambiente de Cabrália, Fernando Ricaldi.
O vídeo, feito no último domingo
(7) pelo caçador na sua própria casa, foi publicado no grupo familiar nas redes
sociais, mas acabou vazando. Segundo informações, ele seria pescador artesanal.
A equipe ambiental da prefeitura
esteve na segunda (8) e na terça-feira (9) na casa onde foi feita a filmagem,
mas o caçador não foi encontrado, tampouco a vizinha. No local também não foram
achados vestígios do couro ou da carne da serpente.
LEI DE CRIMES AMBIENTAIS – A caça de
animais silvestres, como a sucuri, é proibida no Brasil, com pena prevista de
seis meses a três anos de detenção para esse tipo de crime. No entanto, a
legislação permite a captura desses animais por populações tradicionais, como
quilombolas e indígenas, desde que seja para subsistência.
Por isso, os fiscais ambientais do município querem ouvir a versão do pescador artesanal para entender se o que ele fez configura crime ou se atende aos requisitos para ser considerado consumo de subsistência, apesar de existirem diversos mercados no bairro Campo Verde onde o pescador poderia adquirir carne para consumo, de forma fácil e legalizada, sem a necessidade de matar um animal silvestre.
SUCURI LEVA ANOS PARA CHEGAR
NESSE PORTE – De acordo com o herpetólogo
(especialista em répteis e anfíbios) Luiz Norberto Weber, professor associado
da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), a sucuri que aparece no vídeo é
do gênero Eunectes, mais encontrada em lagoas e charcos próximo ao litoral,
inclusive no Extremo Sul da Bahia.
O especialista estima que o animal
media aproximadamente cinco metros. Weber lamentou o crime ambiental e disse
que uma sucuri leva muitos anos para chegar nesse porte.
Fonte:
Radar 64