Usar preservativos durante as relações sexuais é
algo muito debatido e essencial para a prevenção de infecções sexualmente
transmissíveis (IST), como a sífilis, a gonorreia e alguns tipos de hepatites.
O que muitas pessoas não sabem é que a camisinha deve ser usada para além da
penetração, sendo importante para prevenir doenças também no sexo oral.
A
médica ginecologista e professora na Medicina FTC, especialista em IST,
Karen Abbehusen, explicou que a via oral não é o principal meio de transmissão
de infecções, como o sexo receptivo anal ou vaginal, quando pode ocorrer a
transmissão com mais frequência. Porém Karen alerta que a boca é uma via
que deve ter uma atenção e que necessita de preocupação.
“Existe sim formas de transmissão de ISTs no sexo
oral. Depende muito se há lesão na mucosa oral da pessoa que está fazendo
o sexo oral e se tem lesão na região genital da pessoa que está recebendo. Se
tem lesão de mucosa, é possível adquirir sífilis, HPV, e pode ser uma forma de
transmissão de clamídia e Gonococos [popularmente conhecido como Gonorréia].
Por isso é necessário o uso de camisinha no sexo oral, uma forma de prevenção
de IST”, declarou a especialista.
Apesar da pessoa que faz o sexo oral estar mais
exposta a adquirir uma IST, também pode acontecer da pessoa que está recebendo
o sexo oral ser infectada caso haja alguma lesão na boca de quem está
praticando o ato. Mas, segundo a médica, essa possibilidade é mais rara. Ela,
no entanto, não descarta.
Entre as infecções sexualmente transmissíveis que
podem ser adquiridas por meio do sexo oral está a clamídia, que pode gerar
inflamação nos canais genitais e urinários, e infertilidade, além de, na grande
maioria das vezes, ser uma doença silenciosa. As outras ISTs virais que muitas vezes
não apresentam sintomas são hepatite e sífilis.
No caso da sífilis, Karen cita que ela pode ser mais
grave depois de um tempo de adquirida. “Sífilis tardia pode causar sintomas
neurológicos e cardiológicos bem sérios anos depois da aquisição. De forma
aguda, ela faz uma ferida indolor, que muitas vezes passa despercebida. O que
tem se pautado muito é que tem crescido a incidência de sífilis e na gestação
ela preocupa, pois pode levar a morte fetal”, apontou.
Mesmo sendo algo mais difícil, o HIV pode ser
contraído durante do sexo oral, porém depende da carga viral da pessoa que está
recebendo o sexo oral. Além da camisinha, uma forma de se prevenir, de acordo
com a ginecologista, é estar sempre se testando.
por Alexandre Brochado