A justiça decretou a prisão preventiva e a
indisponibilidade dos bens de 16 pessoas envolvidas em esquemas de lavagem de
dinheiro de duas facções criminosas. Segundo as investigações do Ministério
Público da Bahia (MP-BA), uma das facções atua com o tráfico de drogas em
vários municípios da Bahia e movimentou mais de R$ 7 milhões.
A outra facção criminosa atua no bairro do Lobato,
em Salvador, onde tem extorquido comerciantes, utilizando-se de métodos
violentos para amedrontar a comunidade, conforme o MP-BA. A Vara dos Feitos
Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa da Comarca de Salvador
(Vocrim) bloqueou e determinou a perda de bens no valor de cerca de R$ 7
milhões da facção que atua em âmbito estadual e de quase R$ 400 mil da
organização que opera no Lobato.
Grupo de Atuação Especial de Combate às
Organizações Criminosas e Investigações Criminais do Ministério Público
estadual (Gaeco) aponta que uma facção com atividade intensa de ocultação e
movimentação de valores provenientes do tráfico de drogas atua sob o comando de
Fagner Sousa da Silva, conhecido como “Fal”.
PRESO EM
JEQUIÉ
Fagner Sousa é acusado de chefiar, de dentro da
prisão, o esquema de tráfico de drogas e de lavagem de dinheiro. Ele teve a
prisão preventiva e a indisponibilidade de bens decretadas juntamente com os
demais integrantes da organização: os gerentes do esquema Ademilton Sousa e
Fábio de Jesus (atualmente preso em Jequié); Elilane Bispo, Jessica Santana,
Maria Joyce Ramos e Daniele Carneiro – titulares de contas bancárias onde os
valores em dinheiro, advindos da venda de entorpecentes, seriam depositados e
transferidos.
Outra organização criminosa é liderada por Fábio
Andrade de Araújo, conhecido como “Lambão”. De acordo com as investigações, ele
capitaneia o esquema de extorsão e as ações de lavagem de dinheiro no Lobato. A
Justiça decretou a prisão e indisponibilidade de bens de Fábio e dos comparsas
Marluar Brandão dos Santos (esposa de Fábio e responsável pelo recebimento dos
valores arrecadados).
A decisão judicial atinge ainda Ana Paula Silva,
Irys Bárbara Vieira e Ana Alice de Jesus (responsáveis pelo recolhimento de
valores dos comerciantes); Rosana Pereira dos Santos e Eduarda Miranda de
Oliveira (titulares de contas para depósitos em favor da organização
criminosa); Matheus Carvalho de Jesus e Eduardo Lima da Cruz (responsáveis por
executar os comerciantes que se recusam a ceder às extorsões).
O Gaeco apurou que a organização criminosa
arrecadou grande quantidade de pequenos valores oriundos de depósitos dos
comerciantes extorquidos na localidade.