Após
doar mais de R$ 100 mil ganhos em prêmio de loteria para a igreja, uma mulher
se arrependeu e conseguiu, através da Justiça, o direito de reaver o dinheiro.
A decisão do judiciário anulou a doação e condenou a Igreja Universal do Reino
de Deus a devolver o valor.
A
sentença divulgada nesta semana para devolução não foi tomada por conta do
arrependimento da mulher, que deu parte do prêmio “para ter a vida abençoada”,
e sim por conta da falta de formalização da transferência de alto valor.
O
processo foi movido no ano passado, na 1ª Vara Cível de Samambaia, no Distrito
Federal, após a mulher se arrepender por não obter o sucesso que a igreja lhe
prometeu na época. A doação aconteceu há cerca de sete anos.
A mulher
afirmou que, motivada pela fé, passou a descontar o dízimo mensalmente do
salário do marido, que na época trabalhava como gari, até que em setembro de
2014, ele foi contemplado com um prêmio da Lotofácil de R$ 1,8 milhão.
Mantendo
a prática do dízimo, o casal transferiu 10% do valor (correspondente a R$
182.102,17). O marido ainda transferiu um valor de R$ 200 mil, mas as doações
não contaram com assinaturas que formalizassem a transferência de grandes
quantias.
Após a
separação, em outubro de 2015, a mulher fez a doação de um carro Hyundai – HB20
e de mais R$ 101 mil, ambos sem nenhuma formalidade. Após não ter alcançado “o
ápice prometido nas pregações”, ela abandonou os cultos e decidiu entrar na
Justiça para reaver o valor e o carro doado.
Após a
decisão da Justiça, a Universal afirmou que em um país laico como o Brasil “não
é possível qualquer tipo de intervenção do Estado — incluindo o Poder
Judiciário — na relação de um fiel com sua Igreja”, e que por isso irá recorrer
da decisão.
O
ex-marido também entrou com ação contra a Universal, em 2020, pedindo a
restituição do montante de R$ 382.102,17.
Fonte:
UOL