O chamado “melzinho do amor”,
comercializado em festas por todo o país como uma espécie de estimulante
sexual, contém fármacos utilizados para o tratamento de disfunção erétil. De
acordo com o Laboratório de Toxicologia Analítica do Centro de Informação e
Assistência Toxicológica (CIATox) da Unicamp, administrada de forma combinada,
as substâncias podem causar efeitos colaterais graves, com risco de morte.
Vendidos em formato de sachê, o
estimulante, proibido desde março no Brasil por determinação da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), diz conter apenas componentes
naturais, como café, extrato de caviar, ginseng, maçã, gengibre, canela, mel da
Malásia e Tongkat Ali (Eurycoma longifolia). Entretanto, ambos os fármacos
usados para o tratamento de disfunção erétil, Sildenafila e Tadalafila, são de
origem sintética.
No estudo, o CIATox analisou três
amostras do “melzinho do amor” e chegou à conclusão que, devido à utilização da
Sildenafila e da Tadalafila, o produto não é indicado especialmente para
pessoas com cardiopatias e hipertensão. A utilização sem prescrição desses
fármacos pode provocar efeitos indesejados graves, como uma ereção longa e
dolorosa com risco de necrose do pênis.
Além disso, em caso de ingestão concomitante
com álcool ou outros fármacos, há risco de intensificação de efeitos
colaterais, como tontura, hipotensão arterial e dores de cabeça. Em pacientes
cardiopatas, a Sildenafila e a Tadalafila podem acarretar hipotensão grave,
potencialmente fatal.
Fonte: BN