Um
dos criadores do jogo de suicídio Baleia Azul afirmou que vê suas vítimas como
“lixo biológico”. Preso e em julgamento por incitar o suicídio de 16 garotas, o
russo Philipp Budeikin, de 21 anos, confessou os crimes e disse à polícia que
estava “limpando a sociedade”.
O
jogo letal Baleia Azul é um processo de lavagem cerebral de adolescentes
vulneráveis ao longo de 50 dias. Os jovens devem realizar tarefas como acordar
de madrugada, assistir a filmes de terror e praticar automutilação. O último
comando do jogo é o suicídio.
Budeikin,
um dos mentores das tarefas, têm recebido dezenas de cartas de amor de
adolescentes na prisão. De acordo com a lei, as autoridades não podem
interceptar as cartas nem impedir que ele responda àquelas que fornecem um
endereço.
“Provavelmente,
essas jovens que se apaixonaram por ele não estavam recebendo amor e atenção
suficientes de seus pais”, disse a psicóloga Veronika Matyushina. “Foi assim
que nasceu o sentimento romântico”.
Budeikin
veio de um cenário familiar parecido com esse. Quando jovem, quase não tinha
contato com sua mãe, que ia trabalhar logo cedo e voltava tarde para casa. Na
escola, ele também não tinha amigos. Investigadores acreditam que esses fatores
o levaram a procurar essa conexão com adolescentes durante a vida adulta.
Em
seu depoimento à polícia, Budeikin afirmou que cultivou a ideia por muito tempo
antes de criar o jogo. “Começou em 2013, quando eu criei a comunidade online.
Eu estava pensando nessa ideia há cinco anos. Era necessário distinguir pessoas
normais do lixo biológico”.
“Existem
pessoas e existem resíduos biológicos – aqueles que não representam nenhum
valor para a sociedade. Que causam ou só vão causar danos à sociedade. Eu
estava limpando nossa sociedade dessas pessoas”, disse.
Suicídio
Segundo
dados da Rosstat, agência federal de estatística da Rússia, o número de
suicídios no país diminuiu de 2015 para 2016. Entretanto, o dado não foi
dividido em grupos etários então não é possível saber se o jogo Baleia Azul
teve alguma influência nos números nacionais.
Por
iG São Paulo