O vereador eleito
Ozório Guedes Policarpo Neto (Pros), da cidade de Soledade, no Cariri
paraibano, procurou a Polícia Federal na quarta-feira (28) para denunciar que
foi ameaçado para que assinasse um documento renunciando à posse dele, em 1º de
janeiro de 2017. Segundo ele, dois homens armados, com documentos timbrados,
invadiram a casa em que ele estava. O político não assinou o documento.
O delegado Luciano Patury, da Polícia Federal, confirmou a denúncia, mas
não informou detalhes sobre o caso.
As torturas duraram cerca de 2 horas, disse o vereador. Ele conta que
estava na casa de uma amiga tomando sopa, na noite de terça-feira (27), quando
dois homens chegaram ao local em uma moto Honda Pop e invadiram a residência
procurando por ele.
De acordo com o
vereador, o envelope estava timbrado com o brasão da Câmara de Vereadores de
Soledade. Ozório Neto disse que havia quatro papéis no envelope, sendo um com
os dados dele, do partido e com o resultado das eleições, além de outras três
folhas iguais com um ofício feito em nome do vereador e destinado ao presidente
da Câmara de Vereadores, informando que queria renunciar à posse.
“A renúncia dizia que era de cunho pessoal, porque eu assumi um concurso
público recentemente para professor no município, e que eu iria tratar de minha
vida para concursos. A arma era aqui [na minha cabeça]. Eles diziam: assina ou
morre”, conta o vereador eleito, que informou não ter assinado os documentos,
apesar das ameaças.
Ainda de acordo com Ozório Neto, outras duas pessoas que estavam na casa
também foram mantidas reféns. Ele disse que os suspeitos ordenavam que ele
deitasse no chão, apontava armas para a cabeça e chegaram a passar facas pelo
corpo dele, ameaçando matá-lo.