"Haribô"
em Florianópolis, "brisadeiro" ou "brigadeiro mágico" no
Rio de janeiro, uma das modas do verão é a venda de produtos com maconha. Tanto
à beira mar quanto em festas e eventos de rua, os doces têm feito sucesso e são
comercializados sem receio pelos ambulantes, que faturam até R$ 1.400 por dia.
Em Florianópolis,
cada bolinho turbinado custa R$ 7. A mistura, que também leva melado e castanha
do Pará, foi batizada de “haribô”, em homenagem a um mantra que significa
"seja você".
A criadora dos
bolinhos com cannabis, uma curitibana de 24 anos, teve a ideia há seis meses
durante uma "larica" (fome causada pelo uso de maconha). Comeu o
bolinho feito com nutella e castanhas e pensou: "e se eu colocasse
maconha?". Foi para Florianópolis e levou o comércio. Deu certo!
Os principais
pontos de venda são as praias de surfistas. Consumidores vorazes de quase 200
bolinhos por dia.
No Rio de Janeiro,
os vendedores de "brigadeiros para adulto" preferem manter a tradição
e seguem a receita clássica: leite condensado, chocolate, manteiga e… maconha.
Na beira da praia,
fazem sucesso os "brisadeiros", vendidos a R$ 5. Já em pontos de
encontro concorridos dos jovens do centro e da zona sul da cidade, são os
"brigadeiros mágicos" ou "espaciais" que fazem a cabeça da
galera.
Dois amigos – que dividem
o lucro -, vendem de 100 a 150 brigadeiros por noite, também a R$ 5 cada,
faturando até R$ 750 no dia.
Os doces são
embalados com esmero e cobertos de granulado, enchendo a vista de adultos e
crianças. "Esse é brigadeiro para gente grande", avisa a um pequeno
que insiste em comprar o doce. "Sempre trago os normais também, mas hoje
acabou", lamenta o vendedor.
Em Santa Catarina,
os vips e novos-ricos, conhecidos pela ostentação, preferem balinha (ecstasy).
Por isso, os vendedores criaram um produto exclusivo, o óleo de maconha, por R$
50 o frasco, que promete um relaxamento intenso do corpo. Outra novidade da
temporada é o pote de Nutella com maconha, vendido a R$ 12, purinho.
Tanto no Rio
quanto em Santa Catarina, a Polícia Militar diz desconhecer a venda. Durante as
duas horas em que a reportagem do UOL permaneceu em um dos pontos de venda, nenhum
vendedor foi abordado pela polícia, que observava à distância a movimentação no
local.
A vendedora curitibana
disse nunca ter tido problemas com a polícia. "Por causa de brigadeiro
nunca aconteceu nada. Já tomei dura, sim, por fumar onde não devia". Ela procura
ser mais discreta na presença dos "caretas" e diz estar preparada
caso seja abordada. "Dou um bolinho para o agente, não dá para sentir o
gosto da maconha, mas ele vai ficar relax".
