Advogado Carlos Frederico entre Isnard Vasconcelos e Jânio Souza
Cerca de 100 alunos
de um curso de radialista e radiodifusão, ministrado em Eunápolis, entre os
dias 26 de novembro de 2008 a 04 de janeiro de 2009, quase cinco anos depois
estão entrando na Justiça para obter o reconhecimento das certificações, que
nunca foram entregues de fato.
Este caso pode figurar como um dos maiores
golpes contra os profissionais do rádio em toda Bahia. Encabeçado por um
duvidoso Instituto Sintonia Ativa, com sede em Eunápolis, tendo na linha de
frente o advogado Carlos Frederico, o curso com duração de quatro semanas,
atraiu profissionais e alunos de toda a região, interessados em obter a
regularização da profissão de radialista.
Cada aluno teve que desembolsar uma boa
quantia em dinheiro para participar do dito curso, que segundo os
organizadores, visava aprimorar e formar novos profissionais. O referido curso
foi ministrado pela Faculdade Isaac Newton e coordenado pelo professor Jamil
Calheiros, hoje, presidente da Associação dos Radialistas Profissionais do
Estado da Bahia.
Diziam os mentores do curso, que o objetivo
era buscar a regularização dos diversos comunicadores que atuavam no mercado de
forma irregular. E dava a garantia de que as DRTs estavam sendo emitidas na
época. Pura enganação, nem mesmo os certificados os alunos tiveram acesso, a
não ser no dia 11 de janeiro quando os organizadores fizeram uma festa no Sitio
do Toco em Eunápolis, entregaram as certificações, mas ao tempo as recolheram,
com o argumento de que seria provisório, com a finalidade de formalização junto
ao Ministério do Trabalho.
O advogado Carlos Frederico disse na época que
dentro de alguns dias, os profissionais estariam aptos para desempenharem suas
atividades como radialistas.
Tudo não passou de uma grande armação.
Passados quase cinco anos, os alunos ainda aguardam as DRTs, e se juntam para
ingressarem na Justiça, para rever o dinheiro ou as autorizações para
trabalharem com suas carteiras.
Participando de um evento político em
Eunápolis, o coordenador do curso Jamil Calheiros foi questionado sobre esse
duro golpe. Ele se esquivou, argumentando que a culpa é da Ativa e do advogado
Carlos Frederico. Salientou que apenas foi contratado para ministrar o curso
através de um convênio entre a emissora e o Sindicato dos Radialistas. Foi mais
longe, ao afirmar que o entrave para a liberação das DRTs é meramente
político. “Eu já discuti com Carlos Frederico sobre este assunto. Estou
tentando há quatro anos, mas ninguém resolve. É preciso juntar todos os
radialistas aqui ou no inferno para resolver esta questão, porque os processos
estão parados no DRT, em Salvador”, desabafou Jamil.
Segundo o radialista Carlos Moto Táxi, os
organizadores estão cobrando novamente a bagatela de R$ 700,00 dos ex-alunos
para resolveram a pendenga.
Enquanto isso, cem
alunos estão a ver navios e esperam há quase cinco anos a devolução dos
certificados e as DRTs.
aGazeta Bahia
