Elenaldo Costa
Na
noite do dia 21 de outubro de 1985, fui presenteado com um programa na rádio
Baiana de Ilhéus. Naquele ano, encerrava minhas atividades no Tiro-de-Guerra, na
18ª CSM (Circunscrição de Serviço Militar), aonde aprendi muita coisa, como por
exemplo, a civilidade.
Sede da 18ª CSM em Ilhéus
Neste
mesmo ano trabalhava na gráfica O Ateneu Artes Gráficas, pois o sonho do meu
querido pai, fã, compadre, amigo fiel, Erisvaldo Ramos Silva, gostaria que se
tornasse gráfico, assim como ele foi. Não tive vocação para tal.
Pouco
tempo depois da rádio Baiana, consegui passar num teste, onde 15 pessoas
postulavam uma vaga na rádio Santa Cruz, também em Ilhéus. Uma única vaga e os
demais concorrentes já estavam na fila há algum tempo. Fui o felizardo.
Aprovado
e contratado em nível de experiência, por lá fiquei pelo período de 06 (seis)
meses, mas dispensado por contenção de despesa. Três dias depois fui convidado
a trabalhar como repórter em um programa terceirizado na rádio Cultura e em um
curto período, chamado a voltar à rádio Baiana.
Não
demorou muito e já retornava à rádio Santa Cruz, quando em 1991, recebia o
convite do saudoso Paulo Rogério, para trabalhar na minha tão sonhada e
encantada rádio Jacarandá de Eunápolis, onde permaneci de 91 até 2000, sendo
demitido pelo problema do alcoolismo. Que, diga-se de passagem, foi um terror
na minha vida, pois já cheguei a perder famílias e empregos.
Ainda
na rádio Baiana, fui fazer um teste na rádio Sociedade de Salvador. Aprovado
para cobrir as informações do HGE (Hospital Geral do Estado), não dispunha do
DRT – Registro profissional do radialista. Mesmo com o esforço do saudoso
Fernando Rocha, então Diretor daquela emissora, o tempo já era inviável, pois a
rádio Baiana teria me liberado por apenas uma semana – já estava em Salvador há
15 dias.
Ao
ser demitido em 2000 da rádio Jacarandá, o sofrimento foi demais. Como disse, o
alcoolismo foi terrível e tive que amargar momentos difíceis, chegando a
trabalhar em troca de uma dormida, um prato de comida, tapinhas nas costas,
enfim.
Na rádio Jacarandá de Eunápolis
Mas
DEUS sempre esteve presente em minha vida! Isso é fato. Fazendo parte da equipe
do Tribuna Livre, liderado por Jota Batista, hoje vereador em Eunápolis,
cheguei à ir até a Band – programa terceirizado. Logo depois cheguei a ser um
dos fundadores da rádio Novo Amor FM, hoje a Super 98 FM.
Tive
ainda uma rápida passagem pela Ativa FM, também em um programa terceirizado –
financiado pela prefeitura da cidade. Péssimas recordações, diga-se de
passagem, pois dos 40 dias trabalhados e não recebi dinheiro para comprar uma
bala sequer.
Voltando
à rádio Jacarandá, num programa financiado pela prefeitura de Eunápolis, novas
promessas de melhorias. Só que a emissora fechou para reforma.
Sem
condições de me manter em Eunápolis, tive que ir para a casa da minha família
em Ilhéus, mas com a promessa de retornar à Eunápolis, voltar a trabalhar na
rádio Jacarandá e com carteira assinada. Seria demais pra quem trabalhou tanto
tempo em troca de um prato de comida, uma dormida, tapinhas nas costas.
A
promessa seria do amigo, irmão, parceiro Jean Ramalho, caso fosse efetivado
diretor daquela casa, o que realmente aconteceu em 2009. Como a rádio acabou
entrando em crise, tive a oportunidade, a confiança de retornar à Super 98 FM
em junho de 2012, onde estou até hoje, de onde também cheguei a ser demitido em
razão do maldito vício alcoólico.
Jean Ramalho
Gostaria
até de agradecer aos diretores da emissora, Paulo Dapé e sua esposa Cordélia
Torres, pela confiança depositada. O carinho dos meus colegas de trabalho, que
são verdadeiros companheiros de luta.
Paulo Dapé e Cordélia Torres - Diretores da Super 98 FM
Não
poderia deixar passar em branco nesta data tão especial, o apoio que tive da
minha família, principalmente meu pai Erisvaldo Ramos, que sempre foi meu fã.
Neste dia 21 de outubro ele está comemorando no andar superior, em dose dupla:
os meus 28 anos fazendo rádio e o seu aniversário.
Erisvaldo Ramos e Elenaldo Costa
Obrigado
meu pai por tudo isso e parabéns pelo seu aniversário. Lamento não estar ao seu
lado para lhe dar um beijo, um abraço, como sempre fiz.





