Não
é segredo para ninguém o avanço da criminalidade em todo estado da Bahia,
ditando suas normas e regras. Moradores de cidades do interior e comunidades
dos grandes centros já convivem com a dura realidade do que pode ou não vestir
ou usar. Marcas como Adidas, Nike, La Coste e outras já viraram símbolo de
facções e a depender de onde a pessoa esteja, será proibido ou não de usar
qualquer item com estas marcas, isso dependerá de qual facção controla o
tráfico na localidade.
Há
relatos de cobrança por segurança de moradores, invasão e ocupação de imóveis
expulsando proprietários; sequestro e mortes de rivais; taxação para
comerciantes; fechamento de zona comercial e toque de recolher, quando convém
às organizações criminosas faze-lo, como por exemplo em morte de membros de
suas facções em confronto armado com outras facções rivais ou com forças de
segurança (policiais). As regras são postas e têm de ser cumpridas sob pena
capital de ser pagar com a perda da própria vida caso não sejam cumpridas.
As
organizações criminosas fazem frente ao Estado e, normalmente os confrontos
entre as facções na guerra pelo controle do tráfico acontecem a qualquer hora,
em qualquer lugar e em qualquer dia, impondo a população viver o terror de a
qualquer momento ser surpreendida por um tiroteio ou assassinato - tudo na
presença de todos. Moradores de muitas cidades baianas temem visitar parentes
que moram em outros bairros da cidade que vivem, temendo serem torturados ou
mortos, diante de proibições impostas por criminosos.
A
Bahia, antes conhecida por sua tranquilidade, nos últimos anos tornou-se uma
filial do crime com a chegada e domínio territorial de organizações criminosas
que dominam o tráfico de drogas nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, como
PCC e Comando Vermelho, fazendo da Bahia, campeã de mortes violentas, com alta
taxa de letalidade, principalmente de indivíduos jovens com envolvimento no
mundo do crime.
Diante
da realidade vivida pelos baianos com a força das organizações criminosas, a
população começa a desenvolver novos hábitos diante do medo. Ruas antes com
pessoas conversando à noite na porta de casa estão agora desertas já ao
entardecer; camisas, bonés e outros utensílios não podem conter qualquer
padronização de marcas famosas para não ser confundido com bandidos rivais e
pagar com a vida; ninguém viu nada, nem fala nada, pois se falar entra na
estatística dos mortos; selfs com trejeitos nas mãos ou cortes de cabelos e
sobrancelhas com detalhes podem representar a uma ou outra facção e daí ser
morto ou no mínimo espancado cruelmente - enfim, essa é a nova realidade social
de um povo que um dia já foi feliz.
Fonte:
cdn24horas