Um novo golpe, no qual pessoas se passam por integrantes de facções criminosas para ameaçar e tentar extorquir dinheiro das vítimas, chegou à região da Costa do Descobrimento. Em Porto Seguro, há pelos menos 50 dias a polícia e o Ministério Público da Bahia têm registrado casos desse tipo de crime, que ocorre através de redes sociais ou de ligação telefônica. Os alvos são pessoas físicas e também empresas. Já os valores extorquidos e o tipo de ameaça podem variar.
ALERTA – O alerta sobre esse novo tipo de golpe foi
feito pelo promotor de Justiça Bruno Gontijo e também pelo 8º Batalhão de
Polícia Militar (8º BPM) de Porto Seguro, que divulgou uma nota orientando a
população. Segundo a polícia, os golpistas dizem ser integrantes de uma facção
e acusam a vítima de estar fornecendo informações sobre o tráfico à polícia.
Mediante ameaças, os estelionatários exigem que seja paga uma quantia em
dinheiro.
VERSÕES DIFERENTES DE GOLPE – De
acordo com o promotor, o mesmo golpe tem versões diferentes, dependendo se for
direcionado a uma pessoa física ou a uma empresa. O golpista entra em contato
com a vítima e se identifica como integrante de uma facção criminosa,
normalmente alguma conhecida nacionalmente.
No caso de uma pessoa física, o
estelionatário afirma que a pessoa está atrapalhando a venda de drogas no
bairro ou na rua onde reside, por denunciar a atividade à polícia. A partir
daí, o golpista faz ameaças de morte e envia fotos de pessoas com armas. Em
seguida, pede uma quantia em dinheiro para que a vítima não seja morta, explica
Gontijo.
No caso de empresas, há duas
versões. Em uma delas, é utilizado o mesmo argumento de que o empresário
estaria atrapalhando o comércio de drogas por denunciar o tráfico naquele local
à polícia. No caso, o empresário é ameaçado de morte.
Na outra versão do golpe, há ameaça
de dano ao patrimônio. O estelionatário diz que está na porta da empresa e
avisa que vai quebrar tudo e incendiar o local.
INFORMAÇÕES OBTIDAS NA INTERNET – O
promotor salienta que as informações e fotos das vítimas utilizadas no golpe
são obtidas pelos estelionatários na internet e são fornecidas, indiretamente,
pelas próprias pessoas em suas redes sociais, por exemplo.
Além do tipo de ameaça, também as
quantias pedidas variam de acordo com a vítima, comenta Gontijo. O promotor
afirma que o golpe já está sendo investigado pela polícia e todas as
providências estão sendo tomadas. Segundo ele, não é possível identificar de
onde partem as ligações, pois os DDDs dos chips podem ser de um local e a
chamada, de outro.
ORIENTAÇÕES – O 8º BPM orienta as pessoas a não responder à
mensagem, bloquear imediatamente o contato, ligar para o telefone 190
informando sobre a situação e fazer um boletim de ocorrência na delegacia de
Polícia Civil. O promotor enfatiza que, no caso de vítimas que caíram no golpe
e foram extorquidas, é muito importante que registrem o fato na delegacia.
