Se o Campeonato Estadual tem importância para algum time, esse é o
Fluminense. Há dez anos sem troféus relevantes, tirando a Taça Guanabara e a
Primeira Liga, era o time grande do país há mais tempo sem título. Além disso,
havia o gosto tricolor de tirar do Flamengo o tetracampeonato, como aconteceu
em 1980, ano em que o rubro-negro caiu para o Serrano, em Petrópolis, e o Flu
ganhou do Vasco na decisão.
É surpreendente o Fluminense conseguir uma hegemonia tão grande sobre
seu rival, num momento em que o Flamengo estufa o peito como um dos melhores
times do país. Mais ainda especial, para o Tricolor, foi ver o time se impondo
durante a partida. Não foi um Tricolor apenas destrutivo, apenas de
contra-ataque. Empurrou o Flamengo para trás, com mais posse de bola, mais
finalizações, pressão na saída de bola.
No segundo tempo, os números se
inverteram a favor do Flamengo, mas o Tricolor se portou como time forte, grande,
campeão. André parece fazer a bola grudar em seus pés, Ganso voltou a jogar em
alto nível, Cano mostra o faro de gol de um centroavante decisivo. Não é
jogador de Copa do Mundo, nem tem a categoria de outros atacantes, mas sabe
colocar a bola para dentro -- mesmo perdendo o pênalti.
Filipe Luís
falhou no gol tricolor, mas houve muito mérito do atacante ao se antecipar na
jogada. O Fluminense é campeão com orgulho e espalha camisas de jovens
torcedores pela cidade do Rio. Impedir o tetra de seu maior rival estava
escrito quarenta minutos antes do nada, escreveria Nelson Rodrigues.
Parabéns ao
Fluminense, campeão!