Eunápolis - Uma
servidora do TFD (Tratamento Fora do Domicílio) - ainda não identificada – informou,
de maneira leviana e antiprofissional, a uma paciente com câncer de mama, que
ressonância magnética não estava sendo realizada na Policlínica regional. No
entanto, ao entrarmos em contato com a coordenadora da unidade, Lívia Oliveira,
a alegação da funcionária foi severamente desmentida.
A
paciente - que prefere não se identificar nominalmente -, disse que há pouco
mais de um ano descobriu a existência de um tumor cancerígeno em sua mama, e de
extrema agressividade. Após isso, ela relata que em sua vida ocorreu uma
reviravolta terrível, que sua rotina que anteriormente era de trabalho, hoje é
regrada ao tratamento de quimioterapia, e perspectiva da realização da cirurgia
onde, fatalmente perderá as duas mamas.
“Descobri
o câncer da pior forma possível, e confesso que sempre tive medo desta doença,
quando se trata de um câncer de mama e que será realizada a mastectomia
(retirada da mama) é ainda mais sofrido, pois sei que para viver, necessitarei
ser mutilada. Desde então, nunca mais fui a mesma, minha vida é ir de médico em
médico, a quimioterapia acabou comigo, perdi meu cabelo, minha autoestima, e às
vezes até a vontade de viver. Após 6 meses da descoberta do câncer, eu perdi a
minha mãe para o Covid-19... ela era a minha estrutura, a minha força. É muito
cruel saber que pessoas despreparadas e insensíveis estão cuidando de nós,
pacientes de oncologia. Estive no TFD e o atendimento é péssimo. Fui tentar
marcar meu último exame antes da mastectomia, mas me informaram que só seria
realizado no BDI. Foi quando procurei informações acerca da Policlínica regional
e fui informada que o procedimento também é feito lá. Fiquei arrasada, paguei R$
1.008,00 numa coisa que poderia ser feita pelo SUS. Quem nomeou essas pessoas
no TFD, prestou um desserviço para Eunápolis, pois já sofremos tanto e agora
temos que lidar com a insensibilidade de pessoas sem amor ao próximo, mas sim,
amor ao dinheiro que recebem”, disse a denunciante.
Por Alinne
Werneck - jornalista