A alta do dólar tem pressionado indústrias de alimentos como
café, trigo e arroz. O movimento preocupa os fabricantes porque o repasse para
o preço final no varejo pode espantar o consumidor.
Celírio Silva, diretor da Abic (Associação Brasileira da
Indústria de Café), diz que a nova alta de custos ainda não chegou às
prateleiras, mas não é possível saber até quando. Segundo ele, o câmbio tem
afetado principalmente os insumos da produção.
No arroz, cujos preços explodiram em 2020, a pressão
inflacionária ainda persiste, segundo Andressa Silva, diretora da Abiarroz.
Rubens Barbosa, presidente da Abitrigo, associação das
indústrias do trigo usado em produtos como o pãozinho e o macarrão, diz que os
moinhos vêm enfrentando aumento nos custos de importação do insumo, mas a
maioria ainda está segurando os repasses porque tem receio de perder
consumidores neste momento.
Segundo Thiago Berka, economista da Apas (associação de
supermercados), em geral, o dólar precisa ficar 60 dias em patamar mais alto
para gerar inflação. Ele diz que espera acomodação nos preços após a forte
aceleração para o setor em 2020, de 15%.
Por Folhapress