O
mandado de prisão preventiva, expedido pelo juiz Otaviano Andrade Sobrinho, da
1ª Vara Crime da comarca de Eunápolis, foi cumprido por policiais civis da 23ª
Coorpin. Ao chegar à delegacia de Eunápolis, onde estão centralizadas as
investigações, Rogério Andrade preferiu não falar com a imprensa.
"No inquérito que assumimos recentemente, encontramos muitos
elementos, provas que apontavam Rogério como mandante do assassinato",
afirmou o delegado. Moisés Damasceno também falou sobre a provável motivação do
homicídio.
"Seria justamente a sucessão do cargo de prefeito da cidade de
Itagimirim. Com a morte de Rielson, Rogério Andrade pode assumir o cargo de
prefeito - ainda faltavam dois anos e meio de mandato",
disse Moisés.
No
início de agosto, a Polícia Civil já tinha
prendido, em Brasília, Jaimilton Neves Lopes, 40 anos. De acordo com
as investigações, ele esteve envolvido diretamente na execução de Rielson.
Conforme
o inquérito, Rogério Andrade conseguiu extraviar cheques da prefeitura de
Itagimirim para pagar uma dívida contraída com um grupo de ciganos. Ao
descobrir a fraude, o prefeito Rielson sustou os cheques.
Ameaçado e constrangido publicamente pelos agiotadas, o então vice-prefeito resolveu matar o gestor. Ele acreditava que, assumindo o cargo, conseguiria saldar a dívida.
QUEIMA
DE ARQUIVO
Para a
polícia, Jaimilton, o homem preso em Brasília, foi o executor do assassinato.
Jaimilton havia se mudado para a capital federal com o pai, a mãe e um irmão,
pouco mais de um ano após a morte do prefeito Rielson. Ele se sentiu ameaçado
depois da morte de outro irmão, Alessandro Neves Lopes, o
'Sandro Seco', também investigado pela morte do prefeito. Jaimilton
acreditava que Rogério tinha encomendado a morte do seu irmão, como queima de
arquivo.
O
prefeito Rielson Lima tinha 51 anos e foi atingido por quatro
tiros no tórax, pulmão e abdômen, em 29 de julho de 2014, em uma praça no
centro da cidade de Itagimirim.
Rogério
Andrade ficou no cargo dois anos e cinco meses. Ele se candidatou à reeleição
em 2016, mas foi derrotado.
"A polícia judiciária vai ser todos os protocolos. Ele vai ser
submetido a exame de corpo de delito, vai ser ouvido e vamos lhe dar o direito
à ampla defesa", concluiu Moisés Damasceno.


