Com uma derrota na conta, o governo federal irá insistir no congelamento do
salário do funcionalismo público. O projeto de ajuda a estados e municípios que tramita no
Congresso deixou a medida de fora, mas a equipe econômica já tem outra aposta.
Agora, o Ministério da Economia trabalha na costura de uma medida
provisória (MP) para de alguma forma atrelar o socorro da União a medidas de
contenção de despesas. Neste ponto, entraria a suspensão de reajustes.
Mesmo
sendo reconhecida como uma medida que visa conter o aumento do endividamento
público, que será impactado devido aos investimentos no combate à pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo
coronavírus, o congelamento enfrenta resistência.
A principal delas vem justamente do Palácio do Planalto, que
não quer deixar as suas digitais em um projeto que pode impactar diretamente
mais de 12 milhões de pessoas. O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem
partido), não quer mexer no bolso do servidor, pelo menos neste primeiro
momento.
O principal entusiasta do
congelamento dos salários é o ministro da Economia, Paulo Guedes. Nas últimas
semanas, em pelo menos duas ocasiões, Guedes defendeu abertamente a suspensão
dos reajustes.
O
país tem 12 milhões de servidores, sendo a maior parcela na esfera estadual e
municipal. A União mantém pouco mais de 600 mil empregados públicos.