O país acordou da noite de réveillon com a notícia da rebelião de presos
no Complexo Penitenciário Anísio Jobim
(Compaj), em Manaus, que terminou com a execução de 56 detentos. Além
da rebelião foram registradas 184 fugas no sistema prisional do Amazonas. A
disputa entre facções criminosas, uma delas ligadas a um grupo criminoso que
atua em São Paulo, teria sido a causa da rebelião no Comparj.
Reunimos nesses gráficos os dados mais
recentes do sistema prisional brasileiro. Ao todo, são mais de 644 mil
detentos, e um déficit de 250 mil vagas. Boa parte desse problema poderia ser resolvida
com o julgamento dos mais de 244 mil presos provisórios que são mantidos no
sistema, mas ainda não foram condenados. Todos os dados são do levantamento
mensal feito pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
No mapa (interativo) é possível explorar os dados por cada
estado. Aqueles com o maior contingente de população carcerária registram
também o maior número absoluto de déficit de vagas, são os casos de São Paulo,
Rio de Janeiro e Minas Gerais. No Estado do Amazonas, com 72 unidades
prisionais (delegacias, presídios e casas de custódia), o déficit, segundo o
CNJ, chega a 1,1 mil vagas.
O ranking dos déficits apresenta dados relativos para cada estado. Nesse
caso, considera-se o total de presos e o total de vagas em cada estado e o seu
respectivo déficit proporcional. Pernambuco lidera a lista com um déficit de
mais de 200%. Ou seja, para cada vaga disponível nos presídios e delegacias do
estado existem três presos. O Distrito Federal vem em segundo lugar com um
déficit proporcional de 94%. Em todo país, a média é de 63%. O Maranhão,
segundo o CNJ, é o estado com o menor déficit: 19,5%.
O Amazonas, por sua vez, é o estado com a
maior proporção de presos provisórios do país (segundo gráfico). Mais de 65%
dos detentos ainda não foram julgados. Piauí e Bahia vêm logo em seguida com 63% de déficit cada um. Em todo país, a média é
de 37%.
O Globo