A Polícia Federal apontou que gestores públicos do Maranhão,
presos em outubro sob acusação de desvio de verbas destinadas à compra de
remédios e equipamentos para hospitais, emitiram um cheque de R$ 15 mil para
compra de vinhos importados de uma adega de luxo em área nobre de São Luís. No total
foram sacados mais de R$ 600 mil das contas de 13 unidades de saúde do estado
por dois gestores da organização social Instituto Cidadania e Natureza (ICN).
A PF investiga ainda, na Operação Sermão dos Peixes, o desvio
de recursos oriundos do Fundo Nacional de Saúde, que seriam destinados ao
Sistema Único de Saúde (SUS).
"Apesar de curiosa, a leitura do cheque (gasto na adega
de vinhos) demonstra que enquanto a população sofria com um sistema de saúde
precário, os investigados se davam ao luxo de utilizarem dos recursos públicos
repassados ao ICN para o custeio de despesas numa adega de vinho, o que
robustece ainda mais os indícios de que os gestores do ICN tratavam as verbas
públicas como se deles fosse", avalia relatório da PF.