Índios da etnia Pataxó que ocupavam há três anos uma área de 200
hectares em Santo André, povoado de Santa Cruz Cabrália (extremo Sul da Bahia),
que serviu como Centro de Treinamento da Alemanha na Copa de 2014, foram alvo
de uma ação de despejo do local.
De acordo com a
Polícia Federal, na área havia 14 famílias; já o Cimi (Conselho Indigenista
Missionário) afirmou em comunicado que 30 famílias indígenas participavam da
ocupação.
A saída dos índios,
que ocorreu na quinta-feira (13), foi pacífica. Cerca de 40 homens das polícias
Federal e Militar cumpriram o mandado, expedido na terça pela Justiça Federal.
O delegado federal
Pancho Rivas informou que a negociação para saída dos índios vinha sendo feita
há um ano, desde que foi concedido pela Justiça decisão liminar (temporária) de
reintegração de posse.
Procurada, a Funai
(Fundação Nacional do Índio) em Eunápolis não atendeu às ligações. O órgão
federal ainda pode recorrer da decisão judicial, o que ainda não ocorreu, de
acordo com comunicado do Cimi.
Após a saída,
algumas famílias indígenas foram para casa de parentes e outras ficaram às
margens da BR-367. Os pertences dos indígenas foram retirados da área numa
caçamba e depois toda a estrutura que possuíam, como casas, escolas e
plantações, foram destruídas por um trator.
O Cimi informou que
a área está “em processo de aquisição pela Funai” e que “a ação da polícia foi
truculenta e arbitrária, sem oferecer tempo para a retirada de pertences”.
A região de Santo
André é cobiçada por empreendimentos imobiliários voltados ao turismo. Um
projeto prevê a construção de um resort na área, que ainda abarca, de acordo
com o Cimi, terras supostamente indígenas das comunidades indígenas de Coroa
Vermelha e Mata Medonha.
Uol