As marcas estão pelo
corpo pequeno, magro e frágil da menina de 10 anos. Os vários hematomas agora
mudam da cor vermelha para a roxa depois de serem tratados pela mãe com água
morna e doses de carinho. Os machucados são parte da violência de um pai, um
pedreiro de 53 anos, dentro da própria casa.
Na residência vivem
ainda a esposa do agressor, uma dona de casa de 24 anos, e os outros dois
filhos, um menino de 2 anos e mais uma garotinha de 7, que também já foram alvo
das pancadas.
A vítima mais
recente das surras do pedreiro foi a filha mais velha, na tarde de sexta-feira
(7), na Serra (ES). Dessa vez, a arma usada foi uma borracha de geladeira
encontrada na rua.
A menina apanhou por
cerca de 30 metros, do ponto de ônibus de onde ia para escola até a casa onde a
família vive. A mãe estima que tenha sido mais de 20 minutos de violência
contra a filha.
Alegando estar
arrependido, o pai diz que o que despertou a sua ira foi o simples fato do
porquinho, criado no quintal da família, ter fugido depois que a menina esqueceu
o portão de casa aberto, ao sair para a escola.
A menina disse que
apanhou “até a borracha quebrar”. Sem mal conseguir se mover, ela seguiu para o
quarto, onde a mãe deu remédio e tentou amenizar seus ferimentos. Mas a
lembrança dos xingamentos e das humilhações, nenhum medicamento daria jeito.
“Eu não gosto do meu pai, porque bate em mim,
na minha mãe e nos meus irmãos. Já bateu muitas vezes”, disse a menina.
“Meu pai já bateu em
mim com uma corda”, completou a irmã de 7 anos, exibindo a cicatriz no braço
direito.
O bebê de 2 anos
também já tem uma cicatriz de uma cintada que levou bem no nariz.