Duas clínicas
privadas de recuperação de dependentes químicos, em Anápolis (Goiás), são
acusadas de usar tortura para um suposto tratamento. Cerca de 70 pessoas
usuárias de droga ou álcool passavam por métodos violentos, que incluíam itens
como máquinas de choque, pedaços de pau e armas de ar comprimido.
As clínicas foram pegas de surpresa com a chegada dos policiais e, por
causa disso, não tiveram tempo de esconder os instrumentos de tortura. Um dos
pacientes afirmou que era enterrado em um buraco nos fundos da clínica, em que
só a cabeça ficava de fora.
Outros torturados ficavam confinados em celas
pequenas, sujas, sem cama, pouca roupa, quase nenhuma comida e muitas surras.
As instituições afirmam que esse processo era a triagem, mas que na prática,
funcionava como um quarto de tortura.
A polícia recolheu, aproximadamente, 70 pessoas que estavam internadas nas duas
clínicas e prendeu seis funcionários, entre eles um médico. Se forem
condenados, eles podem pegar até 20 anos de cadeia por sequestro, tortura e
formação de quadrilha.
As famílias dos
internos pagavam até R$ 8 mil pela recuperação de parentes com dependência de
drogas ou álcool.
